Agora, olhando em volta na cafetaria do Viveiro, Claire percebeu que todos os funcionários tomavam o comprimido de manhã. E percebeu que era por isso que a conversa deles era sempre frívola, superficial, essencialmente sem sentido. Eles eram como as Recipientes que tomavam o comprimido entre produções… seres sem sentimentos. Agora via que ela era a única que não tomava um comprimido diariamente e pensou tratar-se apenas de um engano. A sua desastrosa experiência e ter-lhe sido retirada a missão foram coisas que aconteceram tão súbita e surpreendentemente, que ninguém na Unidade de Partos se lembrou de dar-lhe comprimidos ou de dizer-lhe para tomá-los. Talvez cada funcionário tivesse pensado que alguém já o tinha feito. Por isso é que sentia coisas. E era a única! Era por isso que ansiava pelo seu filho e se derretia sempre que ele agitava a mãozinha e lhe dizia «adeus», gritando o seu nome numa voz doce e fazendo aquele sorriso incrível.
Não ia deixar que lhe tirassem esses sentimentos. Se alguém da autoridade se desse conta do erro, se lhe entregassem os comprimidos, ela iria fingir. Mas em circunstância alguma iria reprimir os sentimentos que descobrira. Claire percebeu que preferia morrer a desistir do amor que sentia pelo seu filho.
Não ia deixar que lhe tirassem esses sentimentos. Se alguém da autoridade se desse conta do erro, se lhe entregassem os comprimidos, ela iria fingir. Mas em circunstância alguma iria reprimir os sentimentos que descobrira. Claire percebeu que preferia morrer a desistir do amor que sentia pelo seu filho.
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Autor: Lois Lowry
ISBN: 9789895019274
Editora: Everest Editora
Ano de Edição ou Reimpressão: 2014
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